terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Nada a fazer


Senhora Dona X - Ai, parece que ele está pior. - Disse referindo-se ao meu bebé.

Eu - Sim, está com mais tosse. – Respondi, triste.

Senhora Dona X - Ai está?

Eu – Sim. – Respondi com estranheza à sua resposta em tom de pergunta e pensei: “Então mas se não está a falar da tosse do menino do que estará a senhora a falar?!”

Pouco tempo depois volta a insistir:

Senhora Dona X - Ai, parece que desde que está na creche que ainda ficou mais agarrado a si. Tá pior, não acha?! – Disse com ar de desdém.

Não respondi. Não tenho respostas rápidas para provocações. Mas depois de tanta insistência sobre o tema, disse:

“ Claro que ele está agarrado a mim. Pudera, eu sou a mãe dele! Se o menino estivesse agarrado à vizinha do lado é que eu me preocupava!”

Não foi a melhor das repostas, mas foi a que me saiu. Às vezes penso como seria bom ter uma resposta pronta a ser expelida, em modo voo, de forma a calar esta gentalha altaneira, sempre pronta a destilar veneno na felicidade alheia. Mas quando volto a cair em mim, penso que felizmente, não me surgem as tais respostas porque, simplesmente, não sou igual a eles. Aos que criticam por tudo e por nada, aos que só vêem maldade, aos que sofrem de inveja e ciúme, aos que não conseguem conviver com o êxito e bondade alheia, aos pessimistas por amor à camisola, aos descrentes.

Prefiro ver a bondade, sentir o amor e viver na felicidade. Eles que se lixem!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Maravilhas da maternidade...


Ser mãe foi sem dúvida o melhor que a vida me deu. Nada se compara a este sentimento arrebatador, que me enche a alma e me põe o coração aos pulinhos. Tudo se renovou, tudo se iluminou. Hoje compreendo o outrora incompreensível. As prioridades redefiniram-se. O que anteriormente era relevante hoje já não tem tanta importância assim, ou vice-versa. Sou bem mais paciente, muito menos ansiosa e deixo a vida rolar esperando, sempre, o melhor. Até as horas das birras, ou do “não quero dormir, quero pular e brincar toda a noite até cair para o lado”, enquanto eu, de tão cansada, até dormia numa cama de pregos, são incrivelmente compensadoras. Mas não deixo de me sentir cansada. As constantes noites mal dormidas reflectem-se no meu rosto olheirento e nos meus braços cansados de embalar aquele pequeno e pesado pestinha que adora bater palminhas em horas impróprias. Sim, é verdade que me sinto exausta e cansada, mas tão, tão… feliz e rendida aos encantos deste bebé que tanto amo. 
A minha verdade, sou eu que a escolho.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

De perfil e alma lavada


Faltava-me a liberdade, sentia-me sufocar. Não poder escrever sobre emoções, angústias e outros sentimentos que apesar de pouco nobres e menos altruístas também fazem parte do meu carácter, estava a dar comigo em maluca. Talvez por vergonha, por falta de coragem, por medo de magoar, de ferir, de desapontar, quem amo e quem me ama. Agora, aqui estou eu, é verdade que numa versão anónima e secreta, menos encantada, mais terra, mais perspicaz, mais astuta mas muito mais feliz e aliviada. (Sim, porque isto de tentar ver beleza até naqueles que passam a vidinha a dizer mal de nós, é esgotante e depressivo!) E sempre, sempre muito optimista.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para sempre...

Sei que soa a cliché, mas é um facto, a maternidade mudou-me. É certo que continuo a ser uma eterna optimista, antevejo uma oportunidade em cada dificuldade, enfrento cada obstáculo com a confiança digna de uma maratonista convicta das suas capacidades e crente nas suas preces. Acredito em mim, acredito em ti, acredito nele, (o meu bem mais precioso) e acredito nos bons, nos felizes, nos lutadores, nos que não baixam os braços e nos que não se vergão a depressões e outras maleitas amaricadas. Acredito num mundo cor-de-rosa e digno, fértil em imaginação, harmonia, desejos, e boa vontade, mas, já não vou em histórias de encantar. Deixei de acreditar que posso mudar os outros ou que os outros podem mudar! Já não tenho estômago para falsidades, para egoísmos, para amuos, calúnias, prepotências e falsas promessas. Falta-me a paciência para a infelicidade alheia que tenta corromper o próximo com o descrédito, com a falta de auto-estima, com a p… da inveja. Gosto de ser feliz! Lamento, mas, decididamente, não tenho queda para a infelicidade. Sou e quero ser feliz, autêntica, una com o amor, com a vida, contigo, com ele, com os bons, com os que valem a pena. Tenho tanto por quem viver, por quem ser feliz, a quem amar. A maternidade deixou-me inabalável, astuta, e ainda mais perspicaz. Não mais permitirei os abusos ou o escárnio alheio. Não mais me privarei de defender o que é meu e os meus. É certo, que não jogarei à defensiva nem tão pouco ao ataque, jogarei pelo amor à camisola e à equipa da casa, que é o quanto basta para vencer o campeonato. Jogarei pelos e para os meus adeptos, aqueles que amo e que me amam e calarei as claques adversárias com a minha goleada.
Continuarei a competir neste campeonato, mas de perfil e alma renovada.
4.º Dia de escola do meu pimpolho. Larguei-o há 3 horas e já não aguento com tantas saudades dele.