quinta-feira, 24 de julho de 2014

A minha amiga S está grávida.


Recebi ontem a noticia e foi sem sombra de dúvidas, uma das melhores noticias dos últimos tempos. Não só porque é a vinda de um novo Ser que se avizinha, alguém que fará certamente a diferença, alguém que nascerá com um propósito, aliás como todos nós, mas também porque é talvez o bebé mais desejado que conhecerei.
 Desde que sou amiga da S, e já lá vão uns anos largos, (vinte e poucos) que sempre lhe admirei o amor e o cuidado pelas crianças. É madrinha de uma catrefada de afilhados e amiga de outros tantos gaiatos. Enquanto eu gozava a minha adolescência como a maioria das miúdas da nossa idade, entre paixões assolapadas, a colecionar imagens do Paulo Sousa e depois do Alex Rose e parvoíces no geral, a S tomava conta da irmã mais nova como uma mãe galinha e sonhava com o dia em que teria o seu próprio bebé.
A minha amiga S tem a minha idade e sei que tinha receio de nunca vir a ser mãe, o tempo passava e esse dia não havia meio de chegar, mas eu sempre tive a certeza que um dia a S seria mãe. Tinha de ser! Deus não poderia permitir o desperdício de uma mãe deste calibre.
 O seu bebé que ainda é apenas um grãozinho aconchegado nas suas entranhas e protegido pelo seu amor não veio tarde, aliás nunca é tarde, veio na altura certa e que chegue com muita saúde. Amor e carinho, cuidado e atenção é-lhe garantido, porque a S não brinca em serviço.
Parabéns amiga, bem-vinda ao clube, de hoje em diante saberás o que é amar para além do infinito. 

Já me fartei de chorar! Que Deus nunca permita que nos aconteça algo semelhante!



“VIVEMOS NUM INFERNO ALÉM DO INFERNO.” DIZEM OS PAIS DE 3 CRIANÇAS QUE VIAJAVAM NO MH17




Anthony Maslin e Rin Norris, perderam os seus três filhos quando viajavam com o avô materno, Nick Norris, no vôo MH17 da Malaysia Airlines que foi baleado no céu na quinta-feira passada.
Mo, 12, Evie, 10 e Otis, 8 – regressavam a casa depois de umas férias em Amesterdão, durante a interrupção letiva. Os pais, que era suposto regressarem no mesmo voo optaram por ficar mais uns dias de férias. A família iria reunir-se hoje.
Na primeira comunicação que Anthony Maslin e Rin Norris fizeram à imprensa dizem que ninguém merece passar pelo que eles estão a passar, Nem mesmo as pessoas que atiraram a nossa família toda pelo céu fora.”
A declaração da família, traduzida e transcrita abaixo, foi lançada através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, esta tarde.

“Esta é uma mensagem para os soldados na Ucrânia, os políticos, os mídea, os nossos amigos e os nossos familiares.
A nossa dor é intensa e implacável. Vivemos num inferno além do inferno.
Os nossos bebes não estão aqui connosco – nós temos de viver com este ato de horror, todos os dias e a todos os momentos, para o resto de nossas vidas.
Ninguém merece passar pelo que nós estamos a passar.
Nem mesmo as pessoas que atiraram a nossa família toda pelo céu fora.
Não há ódio algum no mundo que seja tão forte quanto o amor que temos por nossos filhos, por Mo, para Evie, por Otis.
Não há ódio algum no mundo que seja tão forte quanto o amor que temos por Grandad Nick.
Não há ódio algum no mundo que seja tão forte quanto o amor que temos um pelo outro.
Isto é uma revelação que nos dá algum conforto.
Gostaríamos de pedir a todos que se lembrem disto quando tomarem algumas decisões que nos afetem a nós ou às outras vítimas desta tragédia.
Até agora, a cada momento, desde que chegamos, temos estado rodeados por familiares e amigos. Rezamos desesperadamente para que continuem a apoiar-nos, porque  esta expressão de amor é o que nos mantém vivos. Queremos continuar a saber sobre suas vidas, todas  coisas boas e as coisas más que se passam. Já não temos uma vida própria que queiramos continuar a viver. Por isso queremos aproveitar esta oportunidade para agradecer a todos os nossos amigos incríveis, família e comunidade que nos rodeia, e para dizer que vos amamos muito.
Também gostaríamos de agradecer às pessoas em DFAT; a coordenadora local Claire e muito sinceramente, Diana e Adrian de Haia, sem os quais não estaríamos aqui. Pedimos que os mídia respeitem a privacidade da nossa família e amigos –  a dor não é uma história.
sinceramente
Anthony Maslin & Marite Norris”

http://uptolisbonkids.com/2014/07/23/vivemos-num-inferno-alem-do-inferno-dizem-os-pais-de-3-criancas-que-viajavam-no-mh17/

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Mau, mau Maria!


Os aviões andam mesmo parvos! Estava o meu Q já com o cinto apertado, as costas do assento direitas, a mesa recolhida e o motor do avião a trabalhar quando o Sr. Comandante disse:
- Srs. Passageiros queiram, por favor, sair do avião porque estamos com uma avaria.
Estão todos malucos ou quê! Então não fazem um check-up ao avião antes de meterem as pessoas lá dentro?! Com tanto técnico e tem de ser o comandante a detetar as avarias!
Ai, ai que não estou a gostar nada disto!

Já começo de novo com a macacoa.


O meu amor grande partiu esta semana para terra de nuestros hermanos e eu como boa  acagaçada que sou, (não consigo dormir sozinha na minha casa) fiz as malas e imigrei para casa dos meus progenitores que recebem o neto (eu sou considerada um simples apetrecho!) como se não o vissem há um ano. Alegria e ramboia até à hora de deitar! Ficam todos contentes e feliz menos eu, que não prego o olho durante uma boa parte da santa noitinha! Acordo enervada, irritada, de mal com a vida, de mal com as pessoas felizes e com o mundo em geral!
Já experimentei mudar de cama, de almofada e até já mudei a posição de todo o mobiliário segundo as leis do Feng Shui. Mas nada, continuo sem conseguir dormir um soninho descansado. Estou a começar a desesperar!

segunda-feira, 21 de julho de 2014


Existem coisa e pessoas destinadas ao fracasso. É o caso de uma das minhas camisolas de alças favorita, que comprei na Lanidor! Primeiro ficou tingida. Com lixivia lá a conseguiu colocar na cor de origem, porém, hoje quando a apanhei do estendal tinha uma pinta de ferrugem, que a filha da mãe da mola deixou no meio daquela branquidão. Vai de lixivia! Infelizmente não saiu e até parece que alastrou!
Ai vida!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Alfama!


No sábado à noite fomos lá para os lados de Alfama com os nossos amigos com quem não estávamos há muito tempo. Não conhecia de todo aquela zona e censuro-me por nunca antes ter tido a curiosidade para visitá-la. Quantas vezes saímos do nosso país para visitar outras cidades e depois descuramos das nossas.
Subimos colina acima e fiquei encantada com as ruas e vielas estreitas, com as casas antigas e pequeninas e especialmente com o espirito bairrista e brejeiro das pessoas que ali habitam.
A pior parte, e foi mesmo o único aspeto negativo da noite, foi o jantar num restaurante onde nos serviram sardinhas e febras, com quinze dias de frigorífico já a entrarem em decomposição. Fiquei com a coluna e nádega esquerda todas lixadas porque a explanada ficava num declive e não tinha estrados para endireitar o chão. Para não falar que passei a noite a segurar o prato e o copo com medo que fossem parar à messa do camone ao lado. Resumindo: pagámos oitenta euros por uma refeição péssima e um atendimento ainda pior.
Pensei: “Como é que estes tipos querem cativar a clientela, se praticam preços de restaurantes de primeira e servem comida de tasca reles? Assim não dá! E depois culpam o governo, quando fecham as portas.” 

segunda-feira, 7 de julho de 2014


O que dizem ou pensam de mim há muito tempo que deixou de me afectar  aliás há muito tempo que deixou de ser um assunto que me diga respeito, pura e simplesmente ignoro e deixo que Deus lhes mostre o caminho a seguir. Cada manhã que acordo, agradeço-Lhe por mais um dia de vida na companhia do meu filho e de todos os que amo e relembro-me da essência da vida: O que dou, recebo de volta.
Contudo, quando os cochichos vêm de alguém que não esperamos, alguém que nos é querido, alguém que deveria permanecer para sempre no nosso lado, aí ainda dói. Dói muito.
Ainda não tenho a capacidade de compreender, de relevar e de mandar para Deus. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Não quero nem pensar!


Nem quero pensar no sofrimento das mães nesse processo contranatural que é a morte daquele Ser que gerámos e que amamos mais do que a nossa própria vida, e que segundo a lei natural da vida, é ele quem tem que nos chorar, e é ele que vai ao nosso encontro lá nesse tal sitio onde as almas supostamente se reencontram.
Acredito que nada acontece por acaso, mas é em momentos como estes em que mães como a Judite, que perdem os filhos, que ponho em causa tudo aquilo em que acredito.
Como a Judite, existem todos os dias milhares de mães que perdem os filhos, e lamento tanto as suas perdas, porque o coração de mãe é feito da mesma massa com a mesma essência impregnada de amor, só muda de peito, mas a Judite está aqui perto de nós, não é mais do que todas as outras mães por esse mundo fora que sofrem a mesma dor, não é da nossa família, mas entra em nossa casa todos os dias como se fosse um membro importante da mesma.
Ontem, como todos os dias desde o seu nascimento, o meu Di adormeceu abraçado a mim, com o seu rostinho colado ao meu, mas ontem pensei “e se um dia Deus me tirasse o melhor que tenho na vida?” Abracei-o com tanta força que quase o acordava e chorei pela Judite e por todas as mães que sofrem.