sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ainda de ressaca!

Depois de um fim-de-semana, de convivência familiar ainda me sinto de ressaca.


Não é uma ressaca normal, daquelas em que abusamos da sangria de champagne francês (Champagne!? Francês?! Dizem eles! Porque pela dor de cabeça com que fico deve ser espumante do mais rasca que existe!), num desses restaurantes da moda, onde somos recebidos por umas meninas que costumam aparecer em poses insinuantes nas revistas cor-de-rosa e agora também, de maminhas ao léu abraçadinhas a coelhinhos peludos e fofinhos, na Playboy e que se intitulam de relações públicas dos ditos restaurantes.


Coitadinhos dos animalinhos! Para o que haveriam de estar guardados! Antigamente, só tinham de preocupar-se com os caçadores! Agora, também estas malucas para lhes dar cabo da vida! Essa é que é essa! E ninguém faz nada! A liga protectora dos animais deveria agir o quanto antes!


Bem, mas deixemos estas predadoras e as suas presas para outras núpcias e vamos ao que interessa.


Necessito, preciso e reclamo veemente o vosso ombro amigo para desabafar e expandir todas as pimbalhices que testemunhei e que feriram de forma violenta e irreversível o meu bom gosto sensível e caprichoso.


Tudo começou no sábado no baptizado da Inês. Dotada de uns lindos olhos azuis é a cara do pai, que por sinal é meu afilhado!


Admirados?! Sim, tenho um afilhado de vinte e poucos anos que já é pai. E não! Não fui madrinha aos nove anos de idade nem tão pouco, aos cinco.


No dia do baptizado deste príncipe do pimba, tinha eu vinte e poucos anos e ele era já um calmeirão de onze ou doze anos, com os pêlos do bigode a quererem florescer.


Ah!, e já olhava para as miúdas com ar de conquistador, valendo-se dos seus lindos olhos de lince.

Para apimentar toda esta novela, foi ele quem me escolheu para madrinha, o que me envaidecia não fosse um dos motivos ser bastante decadente e indecoroso.


Para além da amizade de longa data que existe entre as nossas famílias, o puto achava a futura madrinha, - e não esqueçamos o significado religioso de tal personagem -, passo a citar: “uma ganda boazona, gira comó caraças”.


Regressando ao magnifico baptizado, que teria sido realmente magnifico não fossem os convidados, assim como, alguns dos familiares da pequena Inês, serem do mais brejeiro que existe, ou pelo menos que eu tenha conhecimento.


Oriundos de um dos bairros mais simbolistas de Lisboa, que agora não vou mencionar o nome por uma questão de vida ou morte!, soltavam carvalhadas e orvalhadas a todo o momento, entre outras delicadezas só dignas dos verdadeiros bairristas. Daqueles que têm amor à camisola, e que participam nas marchas aquando dos Santos Populares e que andam à batatada, e tudo, para disputar o 1.º lugar do concurso, fazendo-me lembrar os adeptos do Benfica.


As indumentárias eram de bradar aos céus! Uns senhores, suspeito que os mais acalorados, levavam a camisa, de padrão caribenho e cores garridas, aberta até ao umbigo, onde se podia vislumbrar uma farta pelugem e donde sobressaia um pesado cordão de ouro a condizer com o cachucho do dedo mindinho.


As suas acompanhantes, cobertas com vestidos pindéricos de tecido de lycra rasca, totalmente aderentes ao corpo, - porque o que é bom é para se ver! -, eram a cereja no topo do bolo, provocando náuseas aos mais sensíveis, especialmente ao meu querido, habituado a um corpinho de sereia, sem qualquer vestígio de celulite. (Estou a brincar! Só estou a ser um bocadinho convencida, porque faz bem ao ego!)


Os mais jovens, adornados de cristas impregnadas de gel, vestidos com fatos dois tamanhos abaixo, confundiam-se entre si, não fossem as companheiras, que pelo número de tatuagens e pela cor do fio dental, que saía para fora das calças, marcar a diferença.


Todos eles rodopiavam felizes, pela pista de dança, ao som do “Ai Destino, Ai Destino,” do Sr. Tony Carreira e como não podia deixar de ser, do “Apita o Comboio”.


No meio disto tudo o que mais dói é o facto de o meu afilhado conseguir bater o record da pimbalhice, apesar do exemplo de simplicidade e elegância da madrinha!


O miúdo, para além de se vestir inconvenientemente, de usar crista, qual líder de tribo indígena, e ter os dedos cobertos de cachuchos, tem um vocabulário incompreensível. Uma mistura de crioulo, com sabe-se lá mais que dialecto. Tudo menos a língua portuguesa!
(Mas como saiu o tal acordo ortográfico, se calhar sou eu que estou demodé!)


Para acabar o fim-de-semana em grande, no Domingo à noite estava eu muito sossegadita, deitada confortavelmente no sofá, na companhia do meu querido, a tentar esquecer os momentos de desilusão vividos na véspera, enquanto desfrutávamos de uma sessão de zapping, quando, e para meu grande espanto, vejo um dos meus familiares, a ser entrevistado, por um conhecido apresentador.


Bem, até aqui não existia qualquer inconveniente. O rapaz até se estava a sair bem e com alguma graça, não fosse a sua última intervenção inspirada, provavelmente, em alguma reunião dos alcoólicos satisfeitos, que destruiu por completo a sua reputação, a qual me deixou bastante envergonhada.


Foi um pesadelo, esse momento vivido na presença do meu mais-que-tudo, que fez de mim o seu alvo de chacota até ao final da noite.


- Xiiii amor, aquele consegue ser mais bronco que os gajos do baptizado! – Este foi o seu último comentário antes de apagar a luz para dormirmos, (irritante! Não?!), ao qual tive de impor-me lembrando-o alguns dos cromos que compõem a sua família.


É verdade que fiquei deveras envergonhada pelos laços que me ligam a estes exemplares de mau gosto, mas pensando bem: “olha, que se lixe!”. Cada um é feliz à sua maneira e a vida é para ser vivida da melhor maneira que sabemos e que podemos!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A sós outra vez!


A minha convidada de 4 patas já regressou à base!

A sua partida, por vezes desejada, (não, não vou mentir!) especialmente de manhã, quando insistia em pular para cima da minha cama e lamber-me a cara, como que a dar os bons dias, deixou um vazio imenso não só no meu coração como nos 180 m.2 de área que compõem a minha casa.

Sinto a falta do seu patinhar barulhento no soalho; do som do rosnar quando algum vizinho passava perto da nossa porta e especialmente da sua companhia e das nossas conversas. Ou melhor dos meus monólogos enquanto ela escutava, atentamente, compreendendo tudo o que eu dizia.

Mas enfim, é a vida! E além disso não é mau de todo um pouco mais de sossego. Assim consigo compenetrar-me na minha escrita.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A revelação!

O medo e a vergonha de fracassar impediam-me de revelar a minha identidade, contudo as criticas foram muito positivas e deram-me o alento e a coragem que me faltava, não só, para escrever mais e melhor como também para revelar um pouco mais de mim.

E aqui estou eu, depois de uma noite mal dormida com todas as fossas nasais e outras cavidades, entupidas pelo pólen primaveril. Para ajudar à festa, a minha hóspede canina, a Niki, cujos pais foram de férias e a deixaram em casa da irmã, que por sinal sou eu, ainda não habituada ao novo espaço, ora ladrava, ora chorava, ora uivava, ora pulava e brincava, sem pregar olho. Ao cabo de várias digressões até à cozinha de chinelo em riste, (devo dizer que o meu chinelo é bastante fofinho! E sim, é para me desculpar!), acompanhado de ameaças pouco eficazes, tais como: “Já para a cama! É muito tarde! Menina feia e má! Levas uma chinelada”; o meu coração não resistiu aqueles olhinhos cor de mel suplicantes por um cantinho no meu quarto. Peguei na cama, na trela, nela e no escadote e, lá fomos para o quarto, onde o meu mais-que-tudo balbuciava algo do género: “Niki tás aqui tás a ir dormir para a garagem!”; sem que ela lhe passasse bilhete.

Pousei a sua caminha no chão em frente à minha e o escadote ao lado. Curiosos!? Ah pois é! Devem-se estar a questionar: Para quê a trela? E o escadote!? Que coisa mais esquisita! Será que a cadela sabe mudar lâmpadas?!

Pois bem, eu desfaço a vossa curiosidade! É que a Niki é uma cadelinha amorosa e fofy de dentes bem afiadinhos capazes de destruir qualquer coisa que esteja ao alcance das suas mandíbulas de Dobermann, e por isso, tem que dormir presa para não roer os, ainda raros, móveis, que temos, enquanto dormimos. Quanto ao escadote, é o único objecto móvel resistente às suas investidas incisivas.

Com isto tudo já passava da meia-noite quando finalmente apaguei a luz e ouvi o ultimo ganido da Niki, sobre a qual voou o meu chinelo calando-a instantaneamente.

Depois de toda esta azáfama noctívaga o sono esfumou-se e a insónia pousou sobre a minha cabeça. Reflecti sobre diversos assuntos e alinhavei alguns projectos. E claro, o meu blogesito não escapou aos meus planos. Decidi que deveria revelar a minha identidade, mas só QB!

Assim sendo, passo a apresentar-me: sou uma linda menina de 30 aninhos, que adora escrever e contemplar a lua. Sou apaixonada e comprometida com o meu mais-que-tudo. Adoro sapatos, malas, carteiras, e afins. Aliás como a grande maioria das mulheres!

O meu lema de vida é acreditar no melhor, esperar sempre o melhor e trabalhar para o melhor.

Tento sempre estar presente!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Kindle



Aqui há dias, no meu programa favorito, Oprha Winfrey Show, foi apresentado a ultima das inovações tecnológicas, a qual me deixou completamente estupefacta.


Chama-se Kindle e é nada mais, nada menos do que um aparelho com o formato de uma mini agenda onde podemos armazenar todos os livros, jornais, blogs e afins, que quisermos.

Para quem não sabe, e eu não sabia!, esta maquineta, pode albergar mais de 1500 e-books, cujo download é efectuado no site da amazon.com, directamente, através do dito gadget sem precisar de utilizar um computador.

- Fantastic! It’s Amazing! – Dizia a Ophra, já em êxtase.

Imagino a sua reacção se soubesse que 1 ano depois iria existir uma versão superior, do tamanho de uma folha A4 com uma capacidade de armazenagem de 4000 e-books, que por coincidência, ou não, foi lançado, no dia em que o seu programa foi emitido pela Sic Mulher, nunca esquecendo o delay de, pelo menos, 1 ano entre as emissões nos EUA e em Portugal.

Mas será assim tão, fantastic e amazing?! Então e todos aqueles livros que ocupam a minha estante dos quais tanto me orgulho de já ter lido? Aqueles que têm um monte de folhas de papel cheiinhas de letrinhas pequeninas?! Vão-se tornar objectos obsoletos sem qualquer valor monetário e até mesmo sentimental?!

Neste ponto, tenho de discordar da minha querida amiga que me acompanha noite após noite com o seu fantastic e amazing show.

Não gosto da possibilidade de um livro, seja ele qual for, vir a ser armazenado num cartão de memória do tamanho de uma chiclete e consequentemente substituído por uma geringonça electrónica.

Ler um livro é algo mais do que fixar a vista numa grande quantidade de letras miudinhas e clicar num botão para mudar a página! Ler um livro é poder viajar mais além e sonhar acordado, mas sempre com aquele peso nas nossas mãos, mesmo que por vezes se torne incómodo! É poder desfolhar cada folha e sentir o cheiro da sabedoria de outros tempos!

Melhor ainda, é poder sentir o cheiro de um livro acabadinho de sair da prateleira da livraria, onde esperava que alguém o levasse para casa e cuidasse dele como se fosse o único exemplar de uma obra ainda não revelada de Fernando Pessoa ou o manuscrito dos Lusíadas.

Este aparelho faz-me lembrar aquele cão electrónico que os Japoneses (Ou será que foram os chineses?! Já não sei! Estou confusa!), inventaram, e que agora não me lembro o nome. Podemos passear com ele, fazer festinhas e até ladrar, ele ladra! Mas não dá lambidelas quando estamos tristes, não nos aquece os pés no inverno e especialmente não nos dá amizade e amor que um seu congénere de carne e osso, dá.


Um aparelho destes é a mesma coisa que beber um batido de morango sem chantilly, ou comer um chocolate dietético. É bom. Não sabe mal. Mas não é estupidamente delicioso! Falta-lhe algo!

É verdade que o meu lado forreta e especialmente meu lado ambientalista me dizem que este aparelho não é algo totalmente disparatado. O preço de um e-book é bem mais em conta do que o de um livro tradicional. E com este aparelho, podemos poupar ao abate milhões de árvores, protegendo desta forma o nosso planeta, que já anda tão mal tratado.

Contudo, não considero estes factores suficientemente fortes para a substituição de um livro por um download! Podemos poupar as nossas árvores e afins, evitando outros produtos de papel que não os livros. Ou será apenas uma estúpida renitência minha face às novas tecnologias?!

Pois! Não sei! Também é verdade que não sou uma fervorosa adepta destes aparelhos de última geração. Ando com o mesmo telemóvel há mais de quatro anos e só mudo quando o dito tijolo, (que pesa como o caraças), se avariar. Não gosto de gastar dinheiro mal gasto! E só troco algo quando deixa de ter utilidade. Mas esta história fica para mais tarde.

Contudo, e após muita reflexão e análise, continuo a achar que um livro decora muito melhor qualquer estante do que uma geringonça prateada cheia de botões! Para não falar do ar intelectual que um livro dá a quem o passeia!

E eu, sempre gostei de intelectuais!