Há algum tempo que não escrevo. Não tenho tido muita vontade. Ando mandriona como tudo. Mas esta última noticia acerca da paternidade assumida do Cristiano Ronaldo deixou-me deveras pensativa e fez-me desejar, como poucas vezes desejei, despejar umas quantas palavras aqui no meu querido blog.
Primeiro devo dizer que concordo em absoluto que o rapazito queira ser pai. Tem todo o direito. Mas ter que recorrer a uma barriga de aluguer para ter um filho, faz-me pensar que o mundo está virado das avessas.
Atenção, não sou contra esse modernaço sistema americano das barrigas de aluguer, o que me incomoda são os motivos deste nosso craque e da sua família. A falta de amor-próprio, a arrogância, a falta de confiança e acima de tudo, o apego exacerbado aos bens materiais. Fazem-me impressão as pessoas assim. Que acham que todos os que se aproximam têm como único intuito rapinar-lhes as casas, os carros, o ouro e todos os bens que se esforçaram para ter e aos quais dão um valor desmesurado. Será que este rapaz, que diga-se de passagem, até não tem uma aparência nada desprezível, (quanto à inteligência não me parece que seja um sobredotado! Mas a vida é assim mesmo, cada qual com as suas qualidades), não tem a capacidade de encontrar o amor verdadeiro. Acho que sim, acho que tem todas as capacidades. Como diz a minha tia Júlia, na sua sensata e madura sabedoria dos seus oitenta e alguns anos: cada panela tem o seu testo.
Quanto a mim, penso que uma criança deve ser concebida a partir de uma relação de amor. Só em casos excepcionais, como em casamentos homossexuais ou em casos de infertilidade dos casais, se deveria recorrer a este tipo de serviço. E mesmo assim ponho algumas dúvidas. Existem milhares de crianças, por esse mundo fora à espera de uma família que os acolha e os ampare, e que não se importariam de maneira nenhuma de ter como pai o Cristiano Ronaldo, mesmo que a moeda de troca fosse não ter uma mãe bonita e esbelta, mas sim uma avó bronca que se veste dos pés à cabeça com um fato de treino rosa-choque a fazer pendant com sapatos de salto alto. Meu Deus, que traumas que esta criança vai ter que enfrentar! Desejo-lhe sorte. Muita sorte!