quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Obrigada Livraria Bertrand!

Estou tão vaidosa de mim própria que até aborreço quem me rodeia. Bem, para falar a verdade o adjectivo mais apropriado a aplicar neste contexto seria orgulhosa, ou até, qui ça, e obviamente sendo uma excepção à regra, presumida e presunçosa. Sinto-me rejubilante, radiante, felicíssima da vida.

Ontem recebi um convite da Livraria Bertrand para mais uma viagem à Turquia. Até aqui nada a acrescentar ou a assinalar, tudo normal, tendo em conta o meu consumismo literário, que graças a Deus despoletou de novo, após uns meses de interregno.

Adiante. Não haveria, realmente, nada a registar não fosse, para minha surpresa, este bendito panfleto anunciar o meu blog como um dos testemunhos desta inesquecível e extraordinária viagem. Quando os meus olhos se colaram naquele endereço que me é tão familiar, senti-me extasiada de alegria. Uma energia arrebatadora apoderou-se do meu coração como que uma síncope cardíaca, mas ao contrário. Queria falar e as palavras não me saiam. Queria partilhar esta boa nova e não tinha como. As palavras engasgavam-se-me e não passavam da garganta. O meu coração palpitava velozmente, porém, a minha mente estagnara fixada naquela folha de papel, incrédula com a mensagem que os meus olhos passavam. Foi a confirmação daquilo que já suspeitava, mas que tantas e tantas vezes, meti em causa. Afinal sempre escrevo umas palavras acertadas!

Desde já agradeço, à Livraria Bertrand, que sem dar por isso me proporcionou o melhor de todos os presentes: o estimulo que necessitava para escrever mais e melhor! E sim, confirmo uma vez mais, que a viagem à Turquia foi sem dúvida uma das mais fantásticas que fizemos. Inesperadamente apaixonei-me por um país que nunca faria parte do meu roteiro turístico, (não fosse a Livraria Bertrand), mas que se revelou numa fonte de inspiração encantadora, impregnada de misticismo e de magia. Não fosse o meu estado pré-natalício, que faz de mim uma pequenina lontra barriguda e maçuda, aceitaria, pela segunda vez, este muy fantástico convite. Ainda para mais, agora com o complemento da excursão a Istambul! Acreditem, não me escapava.

Por todos os motivos apontados, agradeço uma vez mais, à Livraria Bertrand a oportunidade que nos foi dada congratulando-a pela excepcional organização e especialmente por esta agradável surpresa. A todos os pretensos leitores do meu blog, aconselho vivamente que não percam esta oportunidade única de conhecerem Anatólia. Uma terra admiravelmente bela, impregnada de história em cada grão de areia que pisamos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

E já agora...












E porque o Natal está quase, quase aí à porta...





Tenho para mim...

... que, o distanciamento físico, mesmo que temporário, quando não bem gerido, tem o mesmo impacto que uma tesoura bem afiada numa foto de família. Provoca danos irreversíveis numa relação. Acredito que perante a separação algumas relações arrebatadoras, consistentes e sólidas protagonizadas por loucos apaixonados e amantes inveterados morrem ou pelo menos entram num estado de coma profundo, difícil de emergir.

O que outrora fazia palpitar o coração dos protagonistas de uma história de amor fogosa e libidinosa passa a uma relação apática e indiferente e outras tantas vezes conflituosa. As pequenas imperfeições de antigamente ganham contornos absolutamente monstruosos e insuportavelmente irritantes. Os ideais pelos quais ambos sempre lutaram divergem e deixam de fazer sentido. Deixam de competir no mesmo campeonato para granjear por um prémio que difere de morada com lençóis de cetim. Pior do que isto, só quando o edredão partilhado, debaixo do qual, em tempos, os transportava até ao mais recôndito dos apogeus, adquire, como que por magia, uma barreira fria, invisível e intransponível a qualquer contacto físico e emocional.

No que toca ao amor, não me contento com o morno, desejo o escaldante, o tórrido, o tudo ou nada. Não me sacio com o meio-termo, nem tão pouco com divisões equitativas. Quero por inteiro, não admito partilhas. Aquando o fim-de-semana, e o recebo de regresso nos meus braços, com semelhante astúcia há de uma raposa que quer caçar a sua presa, visto a minha pele mais sensual, acendo a caldeira, ligo o aquecimento central, uso dois edredões e, se for caso disso, encho o saco de água quente. Mas nunca, em hipótese alguma, corro o risco de deixar o nosso amor amornar. É a minha artimanha para manter o meu álbum de família longe dessas tesouras bem afiadas destruidoras de lares.