Nunca se sabe como é que o dia acaba. Acordo a cantarolar
feliz da vida, cheia de energia e de amor para dar. O trabalho corre às mil e
uma maravilhas, despacho a papelada toda, até dá vontade de fazer o pino. De
regresso a casa apanho o filhotinho fofo na escolinha. Bem-disposto e simpático
como sempre, fazemos o percurso a cantar e a gargalhar. Depois de toda esta
felicidade rebenta a bomba. De repente parece que levei com uma granada na
cabeça que me deixa zonza e verde de raiva.
Ó pá eu juro, eu juro que tenho feito o possível e o
impossível para fugir desta gentalha de modo a viver em harmonia com os meus.
Leio Joseph Murphy e Eckhart Tolle, (entre outros) medito, rezo, sigo os
ensinamentos bíblicos, inspiro e expiro quatrocentas vezes, mas f@#%-se também
não sou de ferro! Caramba! É pá desamparem-me a loja. Estou pelas pontas dos
cabelos com esta gentalha altaneira que não se dá bem nem com o apreço nem com
o desprezo. Mas o que me consola, é que acredito piamente naquela velha máxima
que defende que o que damos recebemos de volta. Acredito mesmo.