O meu leque de amizades não é dos mais vastos, nunca foi! No facebook, por exemplo, tenho trinta e poucos “amigos” e a maior parte deles nem sequer amigos são. São apenas meros conhecidos com quem gosto de trocar algumas palavras, mais por simpatia do que por interesse. Trinta e poucos amigos, comparativamente com os quatrocentos ou quinhentos amigos de outros “amigos”, é nada! Fazer amizades nunca foi o meu forte. Em miúda e na adolescência era envergonhada demais para meter conversa até com a minha própria sombra, mais tarde fiquei muito exigente, não admitia qualquer erro ou desagrado, idealizava amizades perfeitas, sem que nenhuma das partes nunca se magoasse ou duvidasse. Actualmente, considero-me muito mais tolerante, não exijo perfeição pois acredito que somos naturalmente imperfeitos. Foi assim que Deus decidiu que deveria ser. São estas imperfeições que nos tornam nos seres perfeitos que somos. Talvez por compreender melhor a nossa existência apreendi a aceitar cada um como verdadeiramente é, não querendo dizer que aprecie todos. Errar, desiludir, magoar, desagradar, são características que também definem a nossa condição humana.
Tudo isto para dizer que tenho
duas amigas eternas (a S e a M) que me acompanham desde sempre. Duas amigas que
valem pelos trezentos e poucos “amigos” que me faltam no facebook para atingir
um certo estatuto social nesta rede de amizades. Duas amigas que amo e que
apesar de não nos correr o mesmo sangue nas veias, são as minhas irmãs do
coração. Têm ambas personalidades distintas e vincadas, muitos defeitos, muitas
qualidades. Mas eu gosto delas assim, tal como são, admiro-lhes as qualidades e
não gosto dos defeitos, mas tolero-lhos. Admiro-lhes o Ser. Acredito que a nossa
amizade permanecerá até ao fim dos nossos dias e que um dia as nossas almas se
reunirão lá onde se encontram todas as almas boas.
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