Ele há dias que penso para com os meus botões que o meu
miúdo vai ser mesmo um daqueles homenzarrões valentes, de vozeirão grosso, a
mordiscar palitos durante todo o dia e com a penugem do peito a sair para fora
do colarinho. CREDOOOO, cruzes canhoto, meu rico filho! Isto sou eu a devanear
com sono, há muito que já passa da minha hora, hoje o rapaz pequeno custou para
adormecer, queria ler todos os lis (Tradução:
livros), cá de casa, os que tivessem ursos.
Bom, adiante, o meu rapaz pequeno está a transformar-se num rapagão,
parece que nasceu com o cromossoma Y do mais refinado que existe, o tal que
decide se nasce com pila ou pipi, aquele que é responsável pela voz grossa e
pelas exorbitantes quantidades de pêlos nos homens, entre outras características
do sexo oposto. Blhac, detesto pêlo. O meu filhinho, o meu menino, de apenas
dois anos já tem um vozeirão do caneco, quando me chama até me assusta: Mãeeeee
táaaaaa (tradução: mãe anda cáaaaa) e não se fica por aqui, tem uma postura máscula
pra caramba, mãos nos bolsos encostado à parede de perna traçada enquanto
aguarda que eu me despache para sair de casa, assim como os tipos machistas
fazem quando esperam pelas mulheres, com ar de seca. Se vamos às compras,
quando não se enfia debaixo dos expositores, (agora já se porta muito bem),
persegue-me de mãos nos bolsos a ver o que eu compro, nunca quer ir ao meu lado
de mão dada, às vezes dá-me a sensação que foi instruído para me policiar nas
compras e não abusar nos gastos. Mãeeee táaaaa (Tradução: mãe já chegaaaaa). O
meu filho está a crescer, está a formar a sua personalidade (neste ponto teremos
que ter uma conversinha, mais tarde!), está a deixar de ser bebé. Não me
importo, não tenho saudades, gozei cada momento, adoro cada fase da sua, das
nossas vidas e esta não é excepção.
Não te dou, não te troco, não te empresto.
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