Dizem que família não se escolhe, tem-se. Pois bem, mas se eu
tiver a oportunidade de escolher a minha família na próxima encarnação, escolherei
exactamente a mesma. Só mudaria os parentescos. Gostaria de ser mãe dos meus
pais.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Amizades e relações
Hoje sonhei com a minha querida ex-amiga Vera. Conheci a Vera
ainda éramos miúdas, de soquetes e joelhos arranhados, de canelas negras e
totós desgrenhados. Brincávamos à apanhada e às escondidas. Corríamos na
praceta, que olhava por nós como uma ama dedicada, empanturrávamos-mos de pão
barrado com manteiga polvilhado de açúcar acompanhado de uma deliciosa caneca
de leite com Nesquick. Já mais crescidas dividíamos amores platónicos entre actores
e cantores pop e rock. Quando nos apaixonávamos era em dueto. Sempre pelo mesmo
rapaz e dividíamos esse amor entre risos e gargalhadas, sabendo de antemão que
nunca seria de nenhuma de nós. Éramos apenas duas catraias magricelas pouco atraentes
enubladas pelas beldades roliças lá do bairro. Passávamos os três meses de
férias de verão juntas e quando chegava mais um ano lectivo sonhávamos com as
férias de Natal para voltarmos a partilhar a nossa vida, as nossas vivências, a
descoberta do nosso pequeno mundo. A nossa amizade era verdadeira, estreita, íntima,
sem filtros, nem falsidades ou mentiras. Éramos amigas a valer. De tão estreita convivência acho que até chegávamos a ser parecidas fisicamente, como os conjuges dos casamentos cinquentenários. Pelo menos houvera quem
pensasse que éramos irmãs.
Tenho pena que esta amizade tenha chegado ao fim. Já passaram
uns bons anos que não nos falamos, ou melhor que nem sequer nos vimos. Perdemos
o contacto, perdemos os laços, desataram-se os nós das nossas vidas, outrora cegos,
impossíveis de desatar. Hoje seguimos lado a lado em linha recta sem nunca nos
cruzarmos. Tenho pena, tenho tanta pena. Sinto-lhe tanto a ausência. Faz-me
falta a alegria, a seriedade, a postura assertiva, o companheirismo do membro
mais importante da nossa minúscula irmandade. Assumo a minha culpa, assumo a
desconsideração que lhe tive, assumo o fraco desempenho, assumo a minha parte
nesta estúpida quezília infantil e insignificante. Todos os dias no meu mundo
secreto, imagino que nos reencontramos e que refazemos a nossa amizade através
de um longo abraço e que todos estes anos de ausência não foram mais do que um “ontem”,
ou no máximo dos máximos uma “semana passada”, e que voltamos às gargalhadas,
às confidências e ao companheirismo de outrora. Quem sabe se Deus não
responderá aos meus desejos. Acredito que sim!
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Milagre
Depois de
uma manhã perdida às voltas no Blogger eis que se resolveu o problema. E ainda
bem!, fico muito contentinha, mas também podia ter levado muito menos tempo.
Assim que publiquei a mensagem de pedido de ajuda, voliá!, a bendita caixa de comentários apareceu no post.
Ou seja, as alterações que se efectuam só se verificam no próximo post
publicado.
Raiospartam #$%&"
OH SENHORES! Alguém me acuda!! Acudam-me porque já não sei o
que fazer. O raça do bloguer não quer mexa. Então não é que não me aparece a
caixa de comentários por baixo de cada post! Não que receba muitos comentários,
ou melhor nunca recebi nenhum, mas se a p#$& da caixa não aparece, aí sim,
é que nunca receberei um único comentário. O mais caricato é que a maldita
aparece nos posts até de 29 de Fevereiro, a partir dessa data evaporou-se de
tal maneira que já dei voltas nas “definições” no “esquema” e nada da
malvadona! O que faço?? Se alguém me lê, que me envie uma pequenina mensagem, o
ideal seria com a resolução , mas um “olá
estou aqui só para apoiar” também não seria mau!
quinta-feira, 19 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
A minha realidade
No sábado há noite depois das secantes lides domésticas e
depois adormecer o meu filho, consegui finalmente, deitar-me e descansar um
pouco. Não sabia o que tinha, sentia-me vazia e triste, sem saber porquê, sem
motivo aparente. Liguei a televisão e comecei a rodar canais. Nada de jeito,
nem sombras das minhas séries favoritas. “A televisão ao sábado é uma seca.” –
pensei. Também não me apetecia ler, na
realidade não me apetecia nada ao mesmo tempo que me apetecia tudo. Sentia-me
indecisa, vacilante e medrosa com a vida, com a minha vida, com o presente, com
o futuro. Chorei. Chorei baixinho para não levantar suspeitas. Não queria ser
ouvida nem questionada. Não queria responder porquê. Não saberia o que
responder! Chorei até me apetecer. Chorei de tristeza e não de cansaço, como
queria acreditar. Quando finalmente me recompus, peguei de novo no comado e voltei
a rodar canais na esperança de encontrar algo que me fizesse rir e esquecer.
Vi a figura esquisita de uma mulher que falava sobre si mesma
com o “Thunder Road” de Bruce Springsteen, como música de fundo. Uma das minhas
músicas favoritas do meu cantor favorito de sempre. Era a Laddy Gaga. Nunca lhe
achei muita piada, nunca lhe tinha dado muita atenção, achava-a esquisitóide, meio
louca, freak, até. Mas naquele momento chamou-me a atenção pelo facto de ela
estar a falar do Bruce Springsteen. Parei um pouco para ouvi-la. Falava acerca da
realidade, falava acerca de verdades.
Escrever e falar acerca da nossa verdade, da nossa realidade sem
suavidades, sem o floreado da fantasia, não é fácil. Não é nada fácil assumir,
erros, defeitos, vícios, depressões, tristezas, fraquezas e infelicidades. Irmãos
toxicodependentes, pais bêbados. Amores infelizes, casamentos desfeitos,
relações desastrosas. Aliás, é difícil, é muito difícil! Preferimos adoptar o
papel de mulher/ homem feliz e realizado, satisfeito com o amor e com o
trabalho, e viver uma merda de uma vida fantasiosa, aparentemente perfeita.
Preferimos viver escondidos, e camuflar os nossos verdadeiros sentimentos atrás
de um sorriso mentiroso deixando para trás o coração e o espirito doentes.
Meu Deus, é tão difícil assumirmo-nos, assumir a nossa crua
existência, assumir os outros, assumir os nossos, tal como eles são e não como
desejaríamos que fossem. I’ts hard, it’s very hard. It´s hard
to live in this “hard Land”, como diria o Bruce.
Ao ouvir a entrevista da Lady Gaga, vi-a tal como ela é. Pude-lhe
sentir a crueza desnuda de preconceitos sem qualquer embelezamento. Era ela,
simplesmente ELA. O seu espirito, a sua mente e o seu coração estavam ali naquele
momento, colados ao seu corpo. Liberta de farsas, de mentiras e especialmente estava
livre. Livre para poder sonhar. E era assim que ela via o Bruce, dancing in the
dark, livre e verdadeiro, na sua vida, nas suas letras, nas suas canções. Percebi
que só sendo genuíno e autêntico podemos partir à descoberta, podemos sonhar,
só assim podemos vencer, só assim podemos ficar, só assim resistimos, só assim
podemos SER só assim encontraremos o nosso caminho. Nessa noite assumi-me,
assumi a minha verdade, assumi a minha realidade, assumi as minhas fragilidades
sem fantasias nem falsidades. E assim, vou vencer. Tenho a certeza, que
vencerei.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Paixão versus Amor
Há dias ouvi o Alvim dizer que prefere a paixão ao amor. Esta
afirmação não me saiu da cabeça, durante o resto da noite. Revi-me e
redescobri-me nela. Em segundos revi a minha vida e percebi tantas coisas que
até então me pareciam incompreensíveis. De facto prefiro a paixão ao amor,
prefiro o ardente ao morno. Não sou de meios-termos, quero o tudo ou o nada, o
assim-assim não me agrada. Preciso da explosão, gosto da retaliação, irrita-me
a mesmice. Necessito do sentimento arrebatador, ofuscante e viciante da paixão.
Apaixono-me com facilidade, não interessa se por alguém ou por algo, se por um
projecto ou um ideal, ou até por um livro ou uma música, isso não importa pois percebi
que o que desejo é o sentimento de êxtase só sentido quando me apaixono.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
A Pipoca Mais Doce
A Pipoca Mais Doce é um dos meus blogs favoritos. Acompanho-o
diariamente. Acho muita graça à Ana, espontânea e talentosa com ideias geniais e
engraçadas, sempre com a resposta na ponta da língua pronta para impugnar posts
de mentes invejosas e ressabiadas. Ontem fiquei muito feliz com a novidade do
seu novo projecto. É sinal que, apesar das contrariedades os bons vencem. E ela
bem merece.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Bem sei que...
(Imagem: Pinterest.com)
... ultimamente ando muito queixosa. Sinto-me triste
pra caraças, pessimista com o futuro que se avizinha. E não, a crise, não tem
nada a ver com isto. Não tem nada a ver com dinheiro, com trabalho, com contas
para pagar, com carência, com privação. Nessa parte, estou muito bem. Haja
saúde para o gastar. Tem tudo a ver com amor, com paz de espirito, com
harmonia, com respeito… Acredito e defendo a velha máxima what goes around,
comes around, e tenho a perfeita noção que a energia que actualmente envio para
o universo não é de todo a que quero de volta. Contudo, não estou a conseguir
melhorar, faço um esforço tremendo para ser optimista mas não consigo alterar a
minha mente irrequieta e desobediente. Quando dou por mim lá estou eu de novo
com pensamentos impróprios acerca da minha, da nossa vida. Nunca fui de medos,
(só do escuro), de receios, sempre fui afoita, corajosa, audaz, destemida, mas
hoje, sinto-me pequenina como um grão de areia, frágil como um copo de cristal.
Quanto mais luto, quanto mais me esforço, menos recebo o que tanto anseio.
ACABOU, chega de lamechices, de queixumes, de merdices vou
viver esta vida com alegria e com amor, pois que eu saiba e tenha a certeza, é
a única que tenho. Chega de esforços, que estes não me levam a lado nenhum, vou
viver com ligeireza esta oportunidade que me foi concedida sabe-se lá por quem
ou porquê, e marcar a diferença. Vou apostar, invariavelmente, na acção
correcta, na harmonia e especialmente, no Amor, pois é o que eu quero de volta.
O AMOR.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Surpreendente
Sempre me meti na pele dos outros e, especialmente, sempre
tentei tratar os outros conforme gostaria que me tratassem a mim. Acho que é o
procedimento correcto e o segredo das relações duradouras. Mas parece-me que
pouca gente sabe disto. Gostam de ser tratados com reverência mas tratam os
outros com desdém. Cambada de narcisistas.
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