Em miúda e na adolescência era magríssima, assim para o
escanzelado. Um montinho de ossos todos muito bem articulados. Movia-me com
destreza e elasticidade. Na aula de educação física, e logo a seguir à minha
amiga M, era a melhor nas cambalhotas e nos saltos de trampolim, já no futebol
tentava esquivar-me das boladas que me derrubavam e me estragavam pose de Lady.
Não era a miúda mais gira do colégio e nem tampouco a mais desejada. Desde cedo
percebi que os homens preferem as roliças com chicha. Para meu desgosto a única
coisa que sobressaía no meu corpo ossudo eram as minhas mamocas, redondas e
rechonchudas que eu tentava a todo custo esborrachar atrás de um soutien que de
tão apertado quase me sufocava. Eram o centro das atenções, chegavam a todo
lado 1 segundo primeiro do que eu. Eram um cartão-de-visita embaraçoso,
especialmente na praia. Deitada de barriga para cima, o meu corpo magro quase se
confundia com a areia, não fossem as ditas que de tão empinadas mais pareciam o
Empire State Building, a dobrar, um ao lado do outro, ali taco a taco.
Por volta dos 24 /25 anos o meu corpo começou a ganhar um
novo formato. Sim, eu sei que foi um pouco tardio, comparativamente com as
outras raparigas que por volta dos 14/ 15 anos já parecem a estrada de acesso à
serra da Arrábida, cheia de curvas e contra curvas. Mas só quando comecei a
praticar desporto e a gostar de fazê-lo, (gosto que se mantém até aos dias de
hoje, mas que infelizmente não consigo concretizar por falta de tempo), é que efetivamente
se verificaram resultados. De bacalhau seco e desenxabido passei a uma bela e
magnifica sereia. Estou a brincar, desculpem a insolência. É claro que estou a
exagerar. Obviamente não ousarei comparar-me com a linda e escamuda sereia Soraia
Chaves com a sua barbatana vermelha no mar Vodafone. Bem pensando melhor, até
existe algo em comum entre nós, para além da cor do cabelo, aquilo, ou melhor,
aquelas que me causaram tantos complexos na adolescência mas que a ela lhe
renderam tanto protagonismo. As mamocas pois claro, o que haveria de ser.
Tudo isto para resumir que hoje de manhã enquanto espalhava o
creme pelo corpo reparei que as ditas que outrora me deram tantas dores de
cabeça estavam menos rechonchudas, um pouco descaídas até.
Mas ca raios! Onde é que elas foram? – Pensei, incrédula
enquanto me virava para o espelho para ver o que se passava.
Constatei, que de facto não estão tão rechonchudas, e os
soutiens que outrora me assentavam que nem uma luva, estão um pouco largos.
Mas por que carga de água estarei a perder este atributo que
ultimamente até achava graça? – Pensei, preocupada.
Nisto olho para o meu Di, que de dedinho em riste apontava
para as ditas cujas e palrava um “mamamamamamama”, demonstrando a sua vontade de
se saciar.
Pensei, pois bem ora aqui está a resposta à minha questão. Enquanto
ele cresce, elas minguam!
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