Tenho para mim que o crescimento ou o decréscimo do PIB está
intrinsecamente correlacionado com a dentadura de uma nação. Nunca vi tanto
desdentado nem nunca senti tanto mau hálito como actualmente. Irra, courgettes
e cenouras, logo eu que tenho um olfacto tão apurado que mais pareço um cão de
caça. E sensível? Ninguém imagina o quanto eu sou sensível aos maus cheiros.
Quando passeio pela rua ou quando falo com alguém o primeiro
pormenor que me salta à vista é o cuidado com a boca e infelizmente, desde que
se instalou a crise parece que vejo cada vez mais pessoas com o teclado todo
lixado.
Não existe nada que mais me agrade noutra pessoa e em mim
própria do que uma boca sã, de hálito fresco, sem crateras, sujidades, tártaros,
cáries e outras porcarias do género. Admito que alguém seja marreco, careca,
coxo, perneta, vesgo, pode até ter as sete camadas de pele cheiinhas de
celulite e as maminhas descaídas, desde que tenha o teclado intacto e limpinho
por mim já ganhou pontos.
Sei que uma ida ao dentista é o mesmo preço que um vestido na
Sacoor, sei que o tratamento de uma cárie fica ao preço de uma mala na Furla e que
um implante é o preço de um porta-chaves na Hermès, mas não valerá mais a pena
ter um aspecto digno e saudável do que todos esses apetrechos? A boca é o
primeiro veículo de entrada do nosso corpo e é também o nosso cartão de apresentação,
por isso não compreendo quem injecta quilos de botox no rosto, ou quem mete
implantes para as maminhas ficarem empinadas e não põe um implante no lugar da
cratera que têm no meio da dentadura.
Há que saber definir prioridades senhores, e que tal começar
pela prevenção? A pasta dos dentes, o elixir e o fio dental não são assim tão
caros e o Dr. OZ defende a tese que o uso do fio dental aumenta a esperança média de vida
do seu usuário em sete anos.
E mais, tenho a dizer que o meu Di começou a lavar o dente
(só tinha um) com quatro meses!
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