Nem quero pensar no
sofrimento das mães nesse processo contranatural que é a morte daquele Ser que
gerámos e que amamos mais do que a nossa própria vida, e que segundo a lei
natural da vida, é ele quem tem que nos chorar, e é ele que vai ao nosso
encontro lá nesse tal sitio onde as almas supostamente se reencontram.
Acredito que nada
acontece por acaso, mas é em momentos como estes em que mães como a Judite, que
perdem os filhos, que ponho em causa tudo aquilo em que acredito.
Como a Judite, existem
todos os dias milhares de mães que perdem os filhos, e lamento tanto as suas
perdas, porque o coração de mãe é feito da mesma massa com a mesma essência
impregnada de amor, só muda de peito, mas a Judite está aqui perto de nós, não
é mais do que todas as outras mães por esse mundo fora que sofrem a mesma dor,
não é da nossa família, mas entra em nossa casa todos os dias como se fosse um
membro importante da mesma.
Ontem, como todos os
dias desde o seu nascimento, o meu Di adormeceu abraçado a mim, com o seu
rostinho colado ao meu, mas ontem pensei “e se um dia Deus me tirasse o melhor
que tenho na vida?” Abracei-o com tanta força que quase o acordava e chorei
pela Judite e por todas as mães que sofrem.
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