Nunca
gostei de futebol. Em miúda era a pior jogadora da turma. Aquando a aula de
educação física tinha um azar do caneco, a maioria das aulas eram passadas a
jogar futebol. Canecos, como aquilo me irritava! Com tanto desporto para
praticar, porque diabos haveria de ser sempre futebol?! O-DI-A-VA!!!
Resumindo,
fingia que jogava e isso tornava-me num empecilho, numa persona non grata, em
campo para ambas as equipas. Evitei muitos golos da minha própria equipa por me
posicionar mesmo de frente ao jogador que detinha o esférico (ouvi esta do
esférico aqui há tempos quando meu homem estava a ver uns debates
futebolísticos, achei tão pirosa que não resisti utilizá-la!). Pior do que me
sentir uma inútil em campo e das boladas sofridas, era a incompreensão e a
crueldade com que os meus colegas, especialmente as minhas melhores amigas me
tratavam. Sim, menina Sónia e menina Marlene, esta é para vocês. Na escolha das
equipas, não existia viva alma que me quisesse para jogadora! (tenho a
impressão que as mortas também não!) Eu e mais duas comparsas de conversas em
campo, (acreditem que não existe melhor sitio para falar sobre, roupas, filmes,
musica, sapatos, rapazes e outros temas do universo feminino do que um belo
relvado, ali era mais um belo espaço de terra batida, enfim), ficávamos sempre
para o fim da escolha, ou seja éramos as sobras, e quem tinha a sorte de nos
receber, fazia uma cara de repúdio que me deixaram traumatizada até hoje.
Houvera até quem perguntasse se eu não preferia ficar para árbitra ou para
massagista! Por isso assumo aqui em público que fui vítima de bullying e que
ainda hoje sofro as consequências dessa má sorte.
Agora
a sério, era e continuo a ser uma péssima jogadora, detesto jogar futebol e
detestava mais ainda estar debaixo de sol a correr que nem uma desalmada atrás
de uma bola, para no final ficar cheia de alergia. Eu e o sol nunca nos demos
muito bem, apesar de adorar estes dias solarengos. Contudo, sempre fui
simpatizante do Sporting, tudo por causa do meu querido padrinho que adorava o
seu querido Sporting. Quando me perguntavam qual a minha equipa, eu despachava
a malta com um “Sou do Sporting, como o meu padrinho”, e não dava largas a mais
conversas. Porém há uns anos que apanhei um pó ao Sporting, que já dei por mim
a desejar que perdesse toda e qualquer competição. O meu homem é Sportinguista,
é até um adepto bastante ponderado e caso o Sporting mereça perder ele é o
primeiro a dizê-lo, (acho que aprendeu este comportamento com o meu pai, que
sempre teve uma maneira muito peculiar de ver futebol), portante este meu
desapego ao sporting, não se deve a nenhum trauma da nossa vida conjunta, quem
dera ao Sporting que todos os adeptos fossem iguais a ele, mas infelizmente não
são todos assim, pelo menos alguns que eu conheço. Corrijo, não são os adeptos
do Sporting que são facciosos e estúpidos são os anti-benfiquistas que utilizam
o Sporting como subterfúgio! Aqueles que preferem que o Sporting perca a que o
Benfica ganhe, os maus desportistas, os tristes, os invejosos, os de mal com a
vida. Preferir prejudicar-se a ver os outros darem-se bem na vida creio que é
uma forma doentia e fanática de viver. Contudo, pior do que esta má índole,
pior do que este mal querer é não perceberem o mal que isso acarreta para as
suas vidas. Porém, esse é um tema que dava pano para mangas e o que eu quero mesmo
dizer é que, e com muita pena de desiludir o meu padrinho, lá onde quer que ele
esteja, mudei de clube. Não consigo resistir, é mais forte do que eu, e sim,
este fim-de-semana joguei uma grande futebolada, e até gostei. Eu e o meu Di
formámos a equipa que venceu o campeonato de, só para a nossa família, que teve
lugar no nosso lugar de eleição. Tenho para mim que o meu filho está para o
revelado como o John Travolta para a pista de dança.
Viva
o Braga, vivaaaaa!
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