terça-feira, 30 de julho de 2013

Dia dos avós com quase uma semana de atraso.


Tenho uma avó que não é a mãe de nenhum dos meus pais, é apenas minha avó. Não partilhamos o mesmo sangue, mas partilhamos o mesmo amor e o mesmo bem-querer que nos emociona sempre que nos reencontramos e que nos unirá para além da vida que conhecemos. Esta minha avó adoptou-me como neta no dia em que nasci e criou-me como as amas criam, com uma diferença, amou-me como só as mães amam e deu-me o colo doce e reconfortante que só as avós têm. Nunca me deu um ralhete, nem sequer alguma  vez alterou o seu tom de voz meigo e açoites não fazem parte do seu vocabulário, onde as palavras-chave são: amor e paciência.

No dia em que partiu para o seu Alentejo, o Alentejo que eu também adoptei, eu tinha nove anos e nunca mais esquecerei o dia mais infeliz da minha infância. Não deitei uma única lágrima e não debitei uma única palavra, mas o seu rosto encharcado molhava-me os cabelos e eu ouvia a sua voz “Nas férias a tia vem buscar-te”, eu, muda de tristeza e com um enorme nó na garganta, acenava com a cabeça. Vi-a entrar no Renault 5 branco e partir com o rosário numa das mãos e a fotografia do seu Santo Padroeiro na outra. Corri para casa da minha nova ama, que nunca adoptei como avó, nem com qualquer outro parentesco e sentei-me a ver os desenhos animados enquanto o meu coração batia com tanta força que quase me saltava do peito. Nessa noite e muitas noites seguidas chorei de saudades e de tristeza.

E como o prometido é devido, sempre que tive férias da escola a minha avó deslocou-se a Lisboa para estar perto de mim ou para levar-me para a sua casa no Alentejo, onde me reencontrava com a minha restante família adoptiva. Lembro-me que, sempre que ela chegava de viagem e vi-a entrar naquele pátio onde um dia fomos tão felizes, era como se nos reencontrássemos pela primeira vez e todo o sofrimento e sentimento de abandono ficava perdoado e esquecido.  

Actualmente, a minha avó tem oitenta e quatro anos e continua a dar-me o melhor e mais reconfortante colo. Não passamos uma semana sem declararmos o nosso amor e as saudades que temos uma da outra.  Recordarmos o nosso anjo da guarda, o meu querido padrinho, que aguarda pacientemente por nós, lá onde só as almas boas se reencontram um dia.
A esta minha avó, nunca lhe chamei avó. Não sei porquê, porque é o que ela realmente significa para mim. Sempre a chamei de tia, a minha querida Tia Júlia.

Feliz dia dos avós Tia Júlia.  Adoro♥te.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

O melhor momento do dia.


O jantar na Brasserie de L’ entrecôte, um gelado de morango e nata no Santini e o nosso passeio pelo Chiado. Tudo isto com a melhor companhia do mundo, os meus dois grandes amores.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Tenho um Einstein na família. :) E adoro-o!


Ontem fui à escola do meu Di, para receber a sua avaliação. Resumindo: o meu rapaz pequeno é um poço de qualidades. Teve “Muito Bom” a tudo e adquiriu uma montanha de novas competências. Só está um bocadinho empenado no domínio da linguagem, nada que eu não tivesse reparado, é claro. O meu rapaz pequeno fala que se desdenha, mas não se percebe grande coisa, é tudo muito à base do “T”. “Mãe Titi” (tradução: mãe xixi), “Mãe Totó” (tradução: Mãe cocó), Teté (tradução: Bebé), Tim (tradução: sim). Ainda é muito tate-bi-tate. Mas ele chega lá, ai chega! Não fosse ele o miúdo mais expressivo do mundo, o que o torna o mais comunicativo da sala. Não se compreende o que ele diz, mas sabe-se perfeitamente o que ele quer.
Que o meu Di é do mais inteligente, sociável, afável, meigo, de vez em quando reguila, obediente (nem sempre, pelo menos comigo!) e um querido do mais fofinho que existe no mundo, já eu sabia, não foi nenhuma novidade. A melhor novidade foi a construção de um parque novinho em folha, cheio de escorregas (o meu Di adora!), baloiços e outras actividades.
A sua construção vai ter inicio já, já! E o melhor é que pode ser utilizado mesmo quando estiver a chover, pois vai ser coberto. Uma ma-ra-vi- lha!!
Tinha muita pena por a escola não ter um espaço ao ar livre. Acho que os miúdos precisam de rua, de brincar, de explorar outros espaços para além da sala de aula. Lembro-me sempre que em miúda adorava os meus finais de dia, porque os passava no parque e tinha pena do meu Di não poder vivenciar o mesmo com os amiguinhos, apesar das nossas noites de verão serem passadas no parque até às 21h30 e de os nossos fins-de-semana serem sempre passados na praia ou no campo. Sinceramente, e apesar de adorar a educadora do meu Di e de achar as infraestruturas da escola cinco estrelas, (porque para mim a prioridade é deixar o meu filho num local onde eu tenha a certeza de que é tratado com carinho, zelo, segurança e respeito), já pensei várias vezes em mudá-lo de escola devido a esta falha que felizmente será colmatada estre este e o próximo mês e em Setembro quando o Sr. Di regressar à escola vai ter um belo parque para se divertir.

terça-feira, 23 de julho de 2013

As pessoas assim-assim da Sofia.


As pessoas assim-assim da Sofia, são também algumas das pessoas assim-assim que fazem parte da minha vida. Acredito que nada, mas mesmo nadinha acontece por acaso, e este post da Sofia veio na altura certa e funcionou como uma lufada de ar fresco na minha cabeça e coração. Mais uma vez Deus, o Universo, não interessa a entidade, encarregou-se de juntar os pauzinhos e pimbas, toma lá uma canoa para te salvares.
Não sei como me livrar desta toxicidade que se apoderou de mim e da minha vida. Deixei que acontecesse, é verdade! Deixei-me e deixo-me manipular, porque tenho um coração mole que se comove com tudo. Porque tenho este sentimento de divida para com quem me faz um favor, me dá algo, ou qualquer outra bondade, apesar da minha constante retribuição e fidelidade. Porque me preocupo com toda a gente. E sempre, sempre a puta da pena, que me lixa. Não sei porquê que tenho sempre tanta pena de toda a gente, apesar dos encontrões que recebo!
Tenho e sinto necessidade de mudar e vou fazê-lo, só não sei é como. Não sei para onde remar, não tenho bússola, estou perdida neste imenso oceano, mas tenho a canoa feita com os pauzinhos da Sofia e uma vontade imensa de reabilitação e de desintoxicação. E isso é o mais importante, ou não?

PS: Obrigada à Sofia, que juntamente com os seus posts, funciona como que uma massagem relaxante a quatro mãos ao meu cérebro e coração. 


sexta-feira, 19 de julho de 2013

No oftalmologista.


Ontem fomos ao melhor oftalmologista do mundo. Como só dá consultas lá longe, mais precisamente em Coimbra, fomos todos em modo excursão, para poupar nas viagens e tirámos um bilhete de consulta familiar, que não foi mais barato por isso. Quase que não cabíamos todos dentro do consultório, pelo menos ficaram a faltar cadeiras.
Diagnóstico: eu estou com uma visão de lince, vejo pra caramba. Nunca pensei que um dia dissesse isto, visto já ter sido míope, portadora de umas lindas lentes de garrafão, tipo choninhas que me assentavam que nem uma luva. Que horror! Era uma míope à séria, daquelas que se perdesse os óculos, tinha que andar às apalpadelas para os encontrar. O resto da família também está cinco estrelas, incluindo o Sr Di que ficou tão impressionado de ver o avô a ser consultado que quando chegou a vez dele armou um berreiro do caneco, que o doutor teve de o consultar a dois metros de distância. A lágrima teimosa que persiste em escorrer-lhe pelo olho direito vai secar em breve.
Do que o meu Di mais gostou foram das duas horas de espera no jardim da clínica. 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O melhor momento do dia.


Até nas pequenas coisas, nas mais insignificantes as leis que ditam a nossa existência funcionam. Funcionam sempre e eu fico tão feliz por constatar isso cada dia da minha vida.
Andei imenso tempo para comprar umas sandálias brancas, giras (claro!), baixas e confortáveis. Desde que fui mãe pus um pouco de lado os saltos altos. Não aguento correr, brincar, ir ao parque, ao supermercado, pegar o meu amor maior ao colo, tudo isto em saltos altos. Está fora de questão!
Tenho dois pares de sandálias brancas, mas que de tanto uso estão mesmo em jeito de irem parar ao caixote do lixo. A semana passada corri o El Corte Inglês de ponta a ponta e nada, ainda calcei dois ou três pares e nada me agradou, já a ficar desesperada quase comprava umas que nem gostava muito, não fosse a minha mãe lembrar-me de que aquilo que é meu, para mim está guardado.
Ontem, sem muito tempo para perder, passei no Centro Comercial Vasco da Gama, com a certeza de que encontraria as sandálias que tanto procurava. E encontrei mesmo! Em cinco minutos fiz a compra. Tauuu, foi tiro e queda. Entrei na garagem, subi a passadeira rolante, fiz a curva e dirigi-me precisamente, sem olhar para o lado e sem hesitações, à Geox. Tinha a certeza, e sem nunca as ter visto, que as sandálias que eu tanto almejava estariam à minha espera. E lá estavam elas na montra a sorrir para mim, lindas, maravilhosas, brancas, douradas, super, híper confortáveis não fossem elas da marca de sapatos que eu mais aprecio. E ainda por cima, já estavam em promoção! 


terça-feira, 16 de julho de 2013

O meu rapaz pequeno...


... está a crescer, deixou de ser um bebé, está a transformar-se num rapazinho. E isso deixa-me tão orgulhosa, mas tão orgulhosa e tão imensamente feliz. Vê-lo crescer e evoluir dia após dia é o melhor que a vida me dá. Tenho amigas que ficam cheias de pena quando os filhos crescem e deixam de ser bebés, que ficam cheias de saudades do cheirinho a bebés, conheço mães de filhos adultos que ainda hoje se perguntam porquê que os filhos crescem e se transformam em homens independentes com as suas próprias famílias.

 Eu penso precisamente o contrário, quero que o meu filho, cresça, evolua e se transforme num rapazinho, depois num rapagão, depois num adolescente borbulhento (prescindo a parte das borbulhas, mas antes isso do que problemas existenciais) depois num jovem homem lindo de morrer e finalmente num homem, chefe de família ou não, com mulher e filhos, ou não, presidente de uma multinacional, banqueiro ou electricista, tanto faz. As únicas variantes, que lhe ensinarei a não prescindir é a felicidade e o amor. Assistir ao seu crescimento é a única forma que eu tenho de participar na sua evolução, é a única maneira de lhe passar todos os ensinamentos, de o ajudar a encaminhar-se  na vida, de lhe ensinar a essência da nossa existência e especialmente, de o amparar quando o seu anjo da guarda adormecer e abrir as mãos.

Esta noite o meu Di teve o seu primeiro acto de independência. Pediu-me para adormecer na sua caminha. Acho que tinha tanto calor que não conseguia adormecer coladinho a mim, como sempre o fez desde que nasceu. Deitei-o na sua cama e apaguei a luz. Deitei-me na minha cama e fechei os olhos. Senti-lhe a falta, os seus bracinhos rechonchudos não estavam a rodearem-me o pescoço. Pouco tempo depois chamou-me “Mãe.”
-“Sim filho.”
- “Ah Di, mãe. – Disse-me pondo-se de pé em cima da cama e esticou-me os braços.

Depressa terminou o The Fourth of July do meu Di.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

35


Quando tinha 25 os 35 estavam longe, muito longe. Pensei que, quando aqui chegasse teria a minha vida toda resolvida, todos os sonhos concretizados e seria só e apenas vivê-los e viver a vida. Quando tinha 15 olhava a mãe da minha amiga S, acabada de ficar viúva e achava-a uma senhora de idade avançada e doida porque arranjara um namorado. “Como podia ser, já tinha idade para ter juízo” – pensava altaneira.
Hoje, com 35 tenho a cabeça cheia de sonhos, por concretizar, cada vez mais. Hoje, com 35 sinto vontade de namorar, de ser amada e amar. Conto cada minuto até que ele, o meu amor, regresse, para mais um fim-de-semana, antes de partir novamente. Hoje, com 35 acho-me gira, elegante, atraente e até acho que no conjunto sou uma estampa. Esta manhã, com 35 anos olhei-me no espelho e vi as primeiras rugas em torno dos olhos, (mas tenho que olhar melhor, porque estava ensonada e não devo ter visto bem. Assim o espero!), mas também olhei nos olhos de uma mulher feliz, apaixonada por ele e pela vida que partilhamos, cheia de sonhos por concretizar, alguns concretizados e outros tantos esquecidos. Olhei nos olhos de uma mulher que só conhece um caminho, em frente, umas vezes a alta velocidade e outras um pouco mais devagar. Vi uma filha amada e que ama incondicionalmente a família  E vi uma mãe fantástica, a melhor de todas as que já conheci.
Mas, hoje com 35 anos aprendi a maior lição que a vida me deu. Nada de novo para mim, nada que já não soubesse, nada que já não tivesse vivenciado, mas hoje, com 35 anos Deus quis relembrar-me da essência da vida. Tudo, mas mesmo tudo o que damos, (sem excepções), um dia mais cedo ou mais tarde receberemos de volta. E hoje recebi uma valente bofetada, que a vida se encarregou de me dar.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

A nossa casa...


... transformou-se num acampamento de ciganos. Esta noite rumámos os três direitinhos à sala em busca de um local mais fresco para podermos descansar, já que a noite passada não pregámos olho e quase que assámos no forno em que se transformou o nosso quarto. Janelas abertas de par em par, para deixar o ar circular (e eu cheiinha de medo, que um qualquer gatuno se lembrasse de escalar até ao sexto andar e entrar-me para dentro de casa e na melhor das hipóteses levar-me apenas os pertences), colcha edredão fofinha estendida por cima do tapete da sala, com um lençol de algodão branquinho a sobrepor. Assim que apanhei o meu Sr. Di a dormir, peguei-lhe e levei-o para a sala onde corria uma brisa amena, bem diferente do bafo do nosso quarto, onde não passa uma corrente de ar. Rezei a todos os anjinhos para que o meu Di não acordasse, quando se deu um enorme chavascal na rua. Eram os camiões do lixo a descarregar os contentores. Felizmente os anjinhos ouviram as minhas preces e o meu Di murmurou qualquer coisa, mas voltou a adormecer instantaneamente, aliás acho que não chegou a acordar! Se ele acordasse acabava-se logo ali a minha noite amena e tranquila, teria de regressar ao forno, porque para o meu Di, a sala não é local para dormir, ora essa! Estão todos malucos ou quê?! Cama, caminha com eles, com 40.º graus de temperatura como companhia, que foi o que nos aconteceu na noite passada. 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Bom dia, bom dia, bom dia alegria


Adoro estas noites quentes com cheiro de verão. Estas noites que abrimos as janelas de par em par e que adormecemos com a lua como companheira, mesmo ali ao nosso lado. Adoro estas manhãs em que acordo com o chilrear dos pássaros no parapeito da nossa janela como que a desejar-nos bom dia. Adoro estas manhãs em que me levanto mal o sol nasce e que ainda ensonada me meto debaixo de um duche morno, quase frio, e desperto para mais um dia cheio de alegria e de boa disposição. Adoro estes dias em que não tenho mãos a medir para uma agenda cheia de compromissos. Adoro estes dias em que antevejo um fim-de-semana para lá de fantástico na companhia deles, os meus grandes amores e dela, a minha adorada família.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

What you resist, persists...


Mais uma vez a vida ensinou-me que nem sempre vale a pena lutar, que nem sempre vale a pena resistir, que nem sempre vale a pena persistir, que um dia tudo se encaixa no devido lugar, que a nossa mente, Deus ou o Universo (depende da crença de cada um) se encarrega de encarrilhar de novo os carris da nossa existência nesta enorme locomotiva que se chama vida. Só precisamos de acreditar muito nesta lei universal, nesta energia vibrante que tudo transforma e para a qual tudo é possível, basta crer.