... transformou-se num acampamento de ciganos. Esta noite rumámos os três direitinhos à sala em busca de um local mais fresco para
podermos descansar, já que a noite passada não pregámos olho e quase que
assámos no forno em que se transformou o nosso quarto. Janelas abertas de par
em par, para deixar o ar circular (e eu cheiinha de medo, que um qualquer
gatuno se lembrasse de escalar até ao sexto andar e entrar-me para dentro de
casa e na melhor das hipóteses levar-me apenas os pertences), colcha edredão
fofinha estendida por cima do tapete da sala, com um lençol de algodão branquinho
a sobrepor. Assim que apanhei o meu Sr. Di a dormir, peguei-lhe e levei-o para
a sala onde corria uma brisa amena, bem diferente do bafo do nosso quarto, onde
não passa uma corrente de ar. Rezei a todos os anjinhos para que o meu Di não
acordasse, quando se deu um enorme chavascal na rua. Eram os camiões do lixo a
descarregar os contentores. Felizmente os anjinhos ouviram as minhas preces e o
meu Di murmurou qualquer coisa, mas voltou a adormecer instantaneamente, aliás
acho que não chegou a acordar! Se ele acordasse acabava-se logo ali a minha
noite amena e tranquila, teria de regressar ao forno, porque para o meu Di, a
sala não é local para dormir, ora essa! Estão todos malucos ou quê?! Cama,
caminha com eles, com 40.º graus de temperatura como companhia, que foi o que
nos aconteceu na noite passada.
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