sexta-feira, 12 de julho de 2013

35


Quando tinha 25 os 35 estavam longe, muito longe. Pensei que, quando aqui chegasse teria a minha vida toda resolvida, todos os sonhos concretizados e seria só e apenas vivê-los e viver a vida. Quando tinha 15 olhava a mãe da minha amiga S, acabada de ficar viúva e achava-a uma senhora de idade avançada e doida porque arranjara um namorado. “Como podia ser, já tinha idade para ter juízo” – pensava altaneira.
Hoje, com 35 tenho a cabeça cheia de sonhos, por concretizar, cada vez mais. Hoje, com 35 sinto vontade de namorar, de ser amada e amar. Conto cada minuto até que ele, o meu amor, regresse, para mais um fim-de-semana, antes de partir novamente. Hoje, com 35 acho-me gira, elegante, atraente e até acho que no conjunto sou uma estampa. Esta manhã, com 35 anos olhei-me no espelho e vi as primeiras rugas em torno dos olhos, (mas tenho que olhar melhor, porque estava ensonada e não devo ter visto bem. Assim o espero!), mas também olhei nos olhos de uma mulher feliz, apaixonada por ele e pela vida que partilhamos, cheia de sonhos por concretizar, alguns concretizados e outros tantos esquecidos. Olhei nos olhos de uma mulher que só conhece um caminho, em frente, umas vezes a alta velocidade e outras um pouco mais devagar. Vi uma filha amada e que ama incondicionalmente a família  E vi uma mãe fantástica, a melhor de todas as que já conheci.
Mas, hoje com 35 anos aprendi a maior lição que a vida me deu. Nada de novo para mim, nada que já não soubesse, nada que já não tivesse vivenciado, mas hoje, com 35 anos Deus quis relembrar-me da essência da vida. Tudo, mas mesmo tudo o que damos, (sem excepções), um dia mais cedo ou mais tarde receberemos de volta. E hoje recebi uma valente bofetada, que a vida se encarregou de me dar.

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