terça-feira, 8 de maio de 2012

Onde é que elas foram parar?


Em miúda e na adolescência era magríssima, assim para o escanzelado. Um montinho de ossos todos muito bem articulados. Movia-me com destreza e elasticidade. Na aula de educação física, e logo a seguir à minha amiga M, era a melhor nas cambalhotas e nos saltos de trampolim, já no futebol tentava esquivar-me das boladas que me derrubavam e me estragavam pose de Lady. Não era a miúda mais gira do colégio e nem tampouco a mais desejada. Desde cedo percebi que os homens preferem as roliças com chicha. Para meu desgosto a única coisa que sobressaía no meu corpo ossudo eram as minhas mamocas, redondas e rechonchudas que eu tentava a todo custo esborrachar atrás de um soutien que de tão apertado quase me sufocava. Eram o centro das atenções, chegavam a todo lado 1 segundo primeiro do que eu. Eram um cartão-de-visita embaraçoso, especialmente na praia. Deitada de barriga para cima, o meu corpo magro quase se confundia com a areia, não fossem as ditas que de tão empinadas mais pareciam o Empire State Building, a dobrar, um ao lado do outro, ali taco a taco.

Por volta dos 24 /25 anos o meu corpo começou a ganhar um novo formato. Sim, eu sei que foi um pouco tardio, comparativamente com as outras raparigas que por volta dos 14/ 15 anos já parecem a estrada de acesso à serra da Arrábida, cheia de curvas e contra curvas. Mas só quando comecei a praticar desporto e a gostar de fazê-lo, (gosto que se mantém até aos dias de hoje, mas que infelizmente não consigo concretizar por falta de tempo), é que efetivamente se verificaram resultados. De bacalhau seco e desenxabido passei a uma bela e magnifica sereia. Estou a brincar, desculpem a insolência. É claro que estou a exagerar. Obviamente não ousarei comparar-me com a linda e escamuda sereia Soraia Chaves com a sua barbatana vermelha no mar Vodafone. Bem pensando melhor, até existe algo em comum entre nós, para além da cor do cabelo, aquilo, ou melhor, aquelas que me causaram tantos complexos na adolescência mas que a ela lhe renderam tanto protagonismo. As mamocas pois claro, o que haveria de ser.

Tudo isto para resumir que hoje de manhã enquanto espalhava o creme pelo corpo reparei que as ditas que outrora me deram tantas dores de cabeça estavam menos rechonchudas, um pouco descaídas até.

Mas ca raios! Onde é que elas foram? – Pensei, incrédula enquanto me virava para o espelho para ver o que se passava.

Constatei, que de facto não estão tão rechonchudas, e os soutiens que outrora me assentavam que nem uma luva, estão um pouco largos.

Mas por que carga de água estarei a perder este atributo que ultimamente até achava graça? – Pensei, preocupada.

Nisto olho para o meu Di, que de dedinho em riste apontava para as ditas cujas e palrava um “mamamamamamama”, demonstrando a sua vontade de se saciar.

Pensei, pois bem ora aqui está a resposta à minha questão. Enquanto ele cresce, elas minguam!

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