sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Será que sou de outro planeta!?

Desde que juntámos os nossos trapinhos e especialmente desde o dia em que festejei 30 anos que sou bombardeada persistentemente com a tradicional e obsoleta pergunta do costume. Então, quando é que tens bebes? Olha, que já tens 31! Já está na hora, depois faz-se tarde!
Por diversas razões, nunca levei esta questão muito a sério e espero nunca vir a levar. Mas faz-me espécie que mulheres da minha idade, com mentalidades supostamente mais evoluídas, abertas e arejadas do que há cinquenta ou quarenta anos, façam este tipo de perguntas e que vivam obcecadas com o passar do tempo.
 Mas porque carga de água se torna imperioso a partir dos trinta sermos mães?
Pois é, esta questão da maternidade assim como quase todos os problemas que assombram e ensombram a vida de algumas trintinhas e de praticamente todas as trintonas, ou pelo menos a vida de algumas amigas minhas, têm-me passado ao lado. Quero e gosto de viver a minha vida com ligeireza sem pressões, agendamentos e outras complicações. Gosto de fazer o que me apetece no momento e o que me dá na real gana. Deixo-me ir no embalo doce e brando da vida e aguardo com expectativa e aceitação o caminho que Deus traçar para mim, pois tenho a certeza que é o mais acertado.
Em termos práticos, sou feliz assim como estou. Confesso que me amedronta a enorme responsabilidade que é ter um filho e tudo o que isso acarreta. Não me sinto de todo preparada para ser responsável por uma vida para além da minha! Já para não falar em cocós malcheirosos, papinhas pegajosas, e bolços azedos a impregnar os meus casacos e camisolas e a sujar o meu elegante sofá preto de veludo.
Sinto-me preparada, e isso sim!, para trabalhar, escrever, viajar e especialmente para gozar com intensidade a nossa extraordinária e arrebatadora vida a dois, impregnada de loucuras próprias de uma grande e verdadeira paixão.
Adoro a minha vida tal como ela é e estou segura que quando Ele decidir que chegou a nossa hora de contribuirmos, ou não!, para o crescimento populacional, nos alertará, com o seu toque divino como sempre o fez, até hoje!

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