Bela ou sostra? Eis a questão.

Nem a propósito do novo visual do meu blog e para responder a alguns comentários, devo dizer que na minha vida nem tudo tem um propósito estético. Bem, para ser franca pouca coisa não tem um propósito estético!

Sim é verdade que gosto de viver rodeada de coisas e de pessoas bonitas. Quem não gosta?! Aprecio uma casa cuidada com um design atractivo e inovador onde cada objecto se encaixa harmoniosamente no espaço a si destinado; gosto de cuidar da minha imagem e prefiro que me confundam com a Heidi Klum (como se isso fosse possível!) do que com a sostra da Sarah Ferguson (como também isso fosse possível!); deleito-me quando contemplo o traseiro harmonioso do meu mais-que-tudo nuns Jeans que lhe ficam a matar, ou o seu charme irresistível dentro de um fato de bom corte; delicio-me com um prato (e até pode ser um ovo mexido com salsichas) bem decorado a uma miscelânea que nos faz perder o apetite só de olhar. (e não adianta dizer que isto cá dentro mistura-se tudo! Porque os olhos também comem!)

Sou assim para quase tudo na minha vida, até para algumas questões práticas onde supostamente a beleza não se enquadra. Tento sempre denotar algum aspecto estético que me faça gostar um pouco mais de cada tarefa que executo.

Se a aparência é a nossa carta de recomendação porquê ter uma que não nos favoreça?

Ah, mas a beleza exterior não é tudo! - Respondem vocês, os ressabiados da vida.

Pois não, respondo eu, a beleza não é tudo. E infelizmente nem todos nós somos abonados por grandes atributos físicos. Mas mais do que se nascer bonito, é essencial cultivar-se o gosto por uma aparência bem cuidada e não deixarmos que o desleixe se apodere de nós. Quem disse que um grande bacalhau seco não se pode tornar numa bela e fogosa sereia? Basta querer, ter força de vontade, et voila! Um qualquer anónimo bacalhau transforma-se numa pequena Ariel.

Ah, mas o intelecto é muito mais importante! A beleza acaba com os anos! – Retorquem vocês.

E porquê que não se pode conjugar beleza com inteligência? – Replico eu. Desde quando ser-se inteligente ou até mesmo ser-se sensível e delicado é sinónimo de fealdade. Será que para sermos considerados entre os mais doutos temos que nos parecer todos com o Einstein?

Eu acho que não! Até porque grande parte das mulheres e homens que dão cartas por esse mundo fora, em lugares de poder, são pessoas de aspecto cuidado e esmerado, não pagassem eles fortunas a consultores de moda.

Quanto à remota hipótese de a beleza se esvanecer, pois bem, a beleza não se extingue, apenas se modifica e em muitos casos, e não tão poucos quanto isso, até se acentua! Demi Moore e George Clooney são bons exemplos da excepção que foge à regra.

Bom mas em todo o caso não é de beleza que aqui estou a falar, pois, e como já disse, a dita é uma qualidade que infelizmente não é distribuída irmãmente e não depende de fabricante ou de produtor, estamos aqui a falar de zelo, de cuidado, de mimo, de amor para connosco próprios e com os outros. E isso só depende só única e exclusivamente de nós!