quarta-feira, 24 de junho de 2009

Fim-de-semana de casório!

O calor abrasador fazia-se sentir nos seus imponentes 40 graus à sombra. As gotas de suor escorriam debaixo do meu modelito Prêt-à-Porter de lantejoulas muy sexy. A igreja estava à pinha com os amigos e familiares correspondentes a ambas as partes da parelha de pombinhos apaixonados e felizes.

E não, não foi o meu casamento caso estejam a pensar: “Esta filha da mãe casou-se e não nos convidou!” Foi o casamento da Inês. A minha prima emprestada, filha da minha madrinha e neta do meu padrinho.

Foi um casamento e peras! Há muito que não assistia a uma cerimónia tão bonita, apesar do calor sufocante dentro da pequena igreja de Flor da Rosa.

O copo de água, esse nem se fala! Foi excelente! Deu para o pessoal tirar a barriga da miséria com as divinais e suculentas iguarias alentejanas e apanhar umas valentes carraspanas.

Fiquei impressionada! Especialmente com o Johnny (o pai da noiva), com fama de forreta, que resolveu abrir os cordões à bolsa e não se poupar a nada!

– “ Ele vai pagar uma nota preta, filha!” – Sussurrou-me a minha querida tia Júlia, mulher do meu padrinho, avó da noiva, sogra do Johnny e uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Estaria tudo perfeito e aprazível, não fosse a sentida ausência do meu querido padrinho, que nos deixou há onze anos, marido da minha tia Júlia, avô da Inês e também, em execquo com a minha tia Júlia, uma das pessoas mais importantes da minha vida.

No momento de cumprimentar os noivos ainda dei umas fungadelas ao pensar o quanto o meu padrinho ficaria feliz de ver aquela formosa noiva proprietária de uma boa parte do seu grande coração, a sair da igreja nos braços do seu recém-marido. Mas quando o Pedrocas (o irmão da noiva), falou das saudades que sentia do velho Gerardo Capão, aí não me consegui conter e desatei num pranto, que desde se fizera dia, estava entalado na minha garganta.

Contudo, estou segura que o meu padrinho esteve sempre presente naquele dia, ao lado dos que mais amava. Obviamente que não o vi! Não tive nenhuma alucinação e muito menos uma visão da sua aparição vestido de anjinho a esvoaçar sobre as nossas cabeças. Mas pude sentir todo o seu amor e amizade dentro do meu coração.

Viva os noivos! Viva!

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