quarta-feira, 12 de junho de 2013

Viagem para a Bélgica foi mais ou menos assim…


Como já contei o meu Di sentiu-se mal na viagem, com direito a vomitado, febre, tremores e mais o que se possa imaginar. Porém, no meio desta confusão e da minha aflição por ver o meu rapaz pequeno naquele estado, tive a sorte de viajar com uma tripulação fantástica que se esmeraram em ajudar-me naquilo que foi possível. A TAP nunca me desapontou.
Adiante, ainda antes de entrar no avião e ainda a confusão e o meu desespero não se tinham instalado, instalaram-se-me os nervos por mim a cima, apesar da minha aparência descontraída. Quando anunciaram a entrada no avião informaram, como sempre, em alto e bom som, que os adultos acompanhados de crianças têm prioridade para entrar. Ora o meu Di já não é nenhum bebé de colo, pois não, mas é um menino de dois anos, traquinas, irrequieto, que não pára sossegado e cuja palavra esperar ainda não existe no seu parco vocabulário. Eu aproveitei a prioridade a que tinha direito, e pimbas, passei à frente daquela gente toda. Uns pais com um bebé de colo (julgo que devia ter dias) seguiram os meus passos e pimba, também passaram à frente.  
Quando chegei ao inico da fila estavam lá aqueles senhores muito viajados e vaidosos de possuírem aqueles cartões Gold da TAP que lhes dá prioridade na entrada, (o senhor meu marido também tem, mas não é vaidoso), e que lhes permite a entrada numa salinha que se chama Lounge onde podem trincar umas sandochas e beber umas jolas, mesmo antes de viajar, e tudo à moi. Ahh, e ainda podem trazer as revistas que quiserem. (eu nunca estive tão actualizada.) Adiante, todos aqueles senhores prioritários olharam-me de soslaio quando timidamente, me encostei ali num cantinho à espera que me mandassem entrar, quando uma hospedeira me viu e simpaticamente me fez sinal: “a senhora com o bebé, queira fazer o favor de passar.”
- Até que idade as crianças têm prioridade? – Perguntou um prioritário com um sorriso fingido.
- Não está estipulada a idade – respondeu simpaticamente a senhora hospedeira.
Fiquei logo com os cabelos eriçados perante a sua questão. Não suporto este tipo de comportamentos altaneiros. Tão finesse na sua altivez e depois estraga tudo com a mesquinhez. Tenho para mim, que só diz uma coisa destas o detentor de uma grande insensibilidade, ou quem nunca foi pai ou mãe e não sabe o quanto estas pequenas atenções fazem a diferença no nosso dia-a-dia, ou quem é pai ou mãe de um robot. É que aquele senhor, e todos os outros, já tinham lugar marcado, estavam numa fila para entrar num avião, cujo lugar é garantido, não estavam na fila para o autocarro em hora de ponta com dezenas de pessoas a desejarem chegar a casa o mais depressa possível. 

Sem comentários:

Enviar um comentário