sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O meu herói.


O Sr. Di meu filho, hoje portou-se como um homem valente. Assim como…, deixa lá pensar num tipo mesmo valente. Ah já sei, o Super-Homem. Hoje o Sr. Di, meu filho, passará a ter a alcunha de Super-Homem.
Foi dia de fazer análises ao sangue, o rapaz pequeno foi picado e sugado por uma seringa apetrechada de uma agulha gigante e gorda e nem pestanejou, nem uma lágrima lhe caiu. Eu apertei-o com força à espera que o pior acontecesse. Sei lá, que chorasse em alto e em bom som, que pontapeasse a enfermeira, que se atirasse para o chão, que a enfermeira tivesse de repetir a picada duas ou três vezes, algo mesmo mau, mas nada disso aconteceu, o meu filho comportou-se como o Super-Homem se comportaria, um valente homenzarrão. Foi mais difícil arrancá-lo de casa sem beber o seu “eiti” (tradução: Leitinho), do que fazer a colheita de sangue. Quando foi picado apenas murmurou, “mamã”, eu apertei-o contra o peito, beijei-o e senti uma dor terrível no coração. Quando vi a seringa cheia de sangue quase desmaie e ele ali, teso e risonho a olhar para uma agulha cuja metade estava escondida dentro da sua veia.
Que corajoso que é o meu menino – pensei.
Como prémio trouxe-o comigo para o trabalho, o seu local de eleição, “a oina do abô” (tradução: a oficina do avô). Delirou quando entrámos no portão, correu para o avô e abraçou-o com força, deu-lhe os miminhos do costume e mostrou-lhe troféu, o penso onde estava a picada.
Hoje reaprendi duas grandes licções que o meu grande amor me relembrou, mas que de vez em quando eu me esqueço: o meu filho supera sempre as minhas expectativas e nunca sofrer por antecipação, pois a realidade é sempre muito melhor.

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