segunda-feira, 23 de junho de 2014

À minha amiga Marlene.


Há tanto tempo que não estava com ela, com a minha querida amiga Marlene. Encontrámo-nos no Sábado para uma caracolada no Julinho dos Caracóis, onde se comem os melhores caracóis do mundo.
Matámos saudades dos velhos tempos. Dos tempos em que erámos miúdas e andávamos no Bartolas, o nosso colégio, para nós o melhor sitio do mundo. Fomos parar à mesma turma no 10.º ano. Tínhamos 15 anos, ela era travessa, gaiata, atrevida, endiabrada e rebelde, eu uma queque betolas, uma lady que não perdia a postura com provocações, ao contrário dela que perdia a cabeça com qualquer pormenor e partia para a violência sem pensar duas vezes. Ela pequenina e roliça, eu alta e de tão magricela, parecia a Olívia Palito. Éramos o oposto em muita coisa, mas no fundo do nosso Ser, na essência de cada uma, éramos e somos muito parecidas.
Gosto desta miúda, gosto das peripécias que vivemos, relembro com saudade as aulas em que não conseguia prestar atenção à professora porque passava todo o tempo a rir com as suas trapalhadas. Tenho saudades de passear de braço dado com ela pelo recreio e ouvir os seus comentários cómicos e trocistas que me faziam rir até me doer a barriga. Tenho saudades daquela catraia pequena e gozona que fazia perder as estribeiras até ao mais paciente dos seres, menos a mim. Tenho saudades de quando tomava conta daquela miúda desmiolada e tenho saudades de quando a metia na linha e a chamava à razão, mas acima de tudo tenho um enorme orgulho na nossa amizade e de nunca nos termos chateado ou dado uma má palavra.

 Adoro quando ela diz que sou a sua amiga mais antiga, porque adoro sê-lo e porque a sua amizade faz-me sentir tão, mas tãooooooo lisonjeada.

Adoro-te miúda. Tenho a certeza que será para toda a vida. Obrigada por seres minha amiga.

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