terça-feira, 1 de julho de 2014

Não quero nem pensar!


Nem quero pensar no sofrimento das mães nesse processo contranatural que é a morte daquele Ser que gerámos e que amamos mais do que a nossa própria vida, e que segundo a lei natural da vida, é ele quem tem que nos chorar, e é ele que vai ao nosso encontro lá nesse tal sitio onde as almas supostamente se reencontram.
Acredito que nada acontece por acaso, mas é em momentos como estes em que mães como a Judite, que perdem os filhos, que ponho em causa tudo aquilo em que acredito.
Como a Judite, existem todos os dias milhares de mães que perdem os filhos, e lamento tanto as suas perdas, porque o coração de mãe é feito da mesma massa com a mesma essência impregnada de amor, só muda de peito, mas a Judite está aqui perto de nós, não é mais do que todas as outras mães por esse mundo fora que sofrem a mesma dor, não é da nossa família, mas entra em nossa casa todos os dias como se fosse um membro importante da mesma.
Ontem, como todos os dias desde o seu nascimento, o meu Di adormeceu abraçado a mim, com o seu rostinho colado ao meu, mas ontem pensei “e se um dia Deus me tirasse o melhor que tenho na vida?” Abracei-o com tanta força que quase o acordava e chorei pela Judite e por todas as mães que sofrem.

Sem comentários:

Enviar um comentário