terça-feira, 23 de abril de 2013

À minha amiga Lopes.


Nem sempre a vida toma o rumo esperado, nem sempre as notícias são as mais desejadas, vou sentir a falta desta amiga, desta grande amiga. Recebi hoje a noticia que a minha querida amiga Sónia vai partir para bem longe, milhas de distância. Vai para um desses países em desenvolvimento, cujo PIB dá dez a zero ao nosso, dizem os especialistas, e de onde nós, os estrangeiros, apenas recebemos notícias abonatórias muitas vezes desconhecendo a realidade, onde a censura ainda prevalece. Bem sei, que esta minha amiga vai em busca de uma vida melhor, bem sei que atualmente aqui, no seu país, na sua casa, não tem muitas alternativas, assim como, tantas outras amigas de outras amigas também já correram em busca de algo mais para as suas vidas, também ela vai em busca do seu “algo mais”. Contudo, não consigo deixar de ter pena, não consigo deixar de ter este peso no coração, não consigo deixar de sentir esta apreensão, esta tristeza. Já lhe sinto a falta. Queria-a aqui, perto de mim, poder ligar-lhe todos os dias para saber como foi o seu dia anterior, poder ligar-lhe e chamá-la pelo sobrenome, e mesmo sem ela estar à minha frente poder vislumbra-lhe o sorriso nos lábios, porque acha graça às minhas piadas, porque acha que sou meio louca, poder falar apenas de trivialidades sem grandes preocupações, chamar-lhe pirosa e terminar a nossa conversa com um “espero que tenha sido melhor para ti do que foi para mim”. Sim, existem muitas maneiras de nos falarmos, facebooks, skypes e afins, até lhe posso telefonar todos os dias e correr o risco de ser despedida, mas não será o mesmo, sei que não a tenho ali à mão.
Não a tenho à mão mas tê-la-ei para sempre no coração. E do coração desejo-lhe a maior sorte do mundo nesta nova etapa da sua vida. Desejo que encontre o que se predispôs buscar e tudo o que o universo lhe disponibilize. Desejo-lhe um mundo de oportunidades e de felicidade e que se não for nesse tal lugar em franco florescimento, que seja num outro lugar qualquer, porque sei que ela conseguirá, porque merece, porque é uma guerreira, porque é uma das melhores pessoas que já conheci na vida, porque é amável, porque é adorável, porque é correta e honesta. E se todas estas qualidades não convencerem os Deuses lá em cima, desde já meto aqui uma cunha: esta miúda para além de ser uma grande amiga, é também minha comadre, madrinha do meu Di, (gosto tanto dela que tive de a colocar como minha parenta, e como se isso não bastasse dei-lhe o “cargo” mais importante, aquele que só daria a alguém da minha absoluta confiança, o de madrinha do meu Di!) e há muito que deixou de ser a minha melhor amiga, já é uma irmã. Por todas as razões apontadas, Caros Senhores Deuses, mexam aí os pauzinhos, deitem cá para baixo os pós de perlimpimpim e façam a magia acontecer.
Amiga, sei que não conseguirei dizer-te nada disto pessoalmente sem chorar qual Madalena arrependida, por isso não mais abrirei a boca para falar sobre este tema, mas quero que saibas que me sinto muito abençoada pela tua amizade, que fico a fazer figas pelo teu sucesso e que rezarei todas as noites por ti, apesar de secretamente ter uma réstia de esperança que te atrases e não apanhes esse avião que te leva para longe de mim e dos que te adoram.

Boa sorte, obrigada por tudo e até já.
Adorote.



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